ti_a_u

segunda-feira, junho 13, 2005

A minha Homenagem...



Neste período que atravessamos, com a falta de valores a que assistimos e com a inexistência de patriotismo que verificamos em quem nos governa (e aproveitando a celebração do Dia de Portugal), gostaria de homenagear uma mãe/mulher que nasceu e morreu no exílio e que, tendo adoptado Portugal como sua pátria, procurou servir o melhor que pôde e soube este País... País esse que lhe retribuiu com rara crueldade, tirando a vida do seu filho e marido, nesta mesma carruagem, onde ainda são visíveis as marcas deixadas pelas balas...

"Lisboa, Palácio das Necessidades
Sábado, 1 de Fevereiro de 1908

Escrever. Escrever para não gritar. Para não perder a razão - sim, para não perder a razão. Para expulsar, por um instante que seja, as terríveis imagens deste dia, e suportar o longo horror desta noite, a primeira de todas as que estão para vir.

Escrevo para mim. Escrevo para não enlouquecer, (...) mas a rainha de Portugal não se entrega à loucura. Ela cumpre o seu dever, ou morre como morreu hoje o rei de Portugal, D. Carlos I, como morreu hoje o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, como ela própria deveria ter morrido sob as balas dos assassinos.

Meu Deus, porque permitiste que matassem o meu filho? Protegi-o com todo o meu corpo, expus-me aos tiros, quis desesperadamente que eles me trespassassem a mim. E bastou uma única bala para destruir o rosto do meu filho.(...)

A dor cobriu tudo. Esvaziou-me o Espírito. As recordações desapareceram, estou incapaz de chorar. Inerte. (...).

Preciso de continuar a escrever até que o dia rompa, em vez de deixar que os pesadelos me invadam num sono inquieto. É preciso descrever a realidade, mais cruel do que o pior dos pesadelos."

Excerto do Diário de Dona Amélia de Orleães e Bragança

9 Comments:

At 4:58 da tarde, Blogger Unknown said...

Querido amigo Tiago, eu sou uma republicana por nascimento n/ por nanifestamente me ter declarado, se me perguntassem o que queria ser se claro que não seria republicana, acho que o povo Portugu~es aquele que dizem " de brandos costumes" não passa de uma mentira, Pois somos uns viracasacas, tanto diziam viava o Rei como de seguida dizem viva a Republica, não consigo perceber que convicções tem o povo Português...Acho é que são uns mal agradececidos, senão vê a história, e diz que n/ houve grandes grandes homens que hoje só falam no pior que eles fizeram, mas aquilo que eles fizeram de grandioso para estes Portugueses ingratos, e o que falam deles, vai ser preciso novas gerações, para dizer que o Salazar, no seu principio, tomou o nosso país falido,que atravessou uma segunda guerra mundial sem entrar nela, e se em Portugal se passava fome passava-se no mundo inteiro.Depois acredito que ele fechou as portas ao progresso, fez como todos os idosos que juntaram uma fortuna, tornou-se avarento.Mas morreu pobre, não viajou n/ sustentou parasitas, o que fez o Cunhal? de grande no nosso país que não a revolta popular? criou alguma coisa deixou alguma coisa que não seja uma ediologia politica, sem sentido e caduta. Já me alonguei de mais. Beijo amigo Tiago
P.S. Lonka-me quando quizeres eu vou linkar-te a ti

 
At 5:00 da tarde, Blogger Unknown said...

Desculpa queria dizer linka-me

 
At 11:53 da manhã, Blogger Arq Gio said...

quê?
nem sei... mas dá para ver tudo... tudo mesmo... lololololol... ele há com cada um que parecem dois... lolololol
viva a liberdade de expressão...
cheia de inteligência... a expressão claro... lol

 
At 2:02 da tarde, Blogger ti_a_u said...

Olá Adryka, pelos vistos já estamos a levantar polémica... e isso é bom!!!

Apesar de todos os males que foram feitos (e foram muitos), coisas houve que foram positivas... Não entrámos numa guerra devastadora e o País saiu duma crise profunda e avançou um pouco... A Palavra tinha valor e a honra era uma parte importante de cada Homem.

Pode-se argumentar com a pobreza, mas será que hoje não a há, disfarçada por trás de muitas dívidas? E a riqueza daqueles que fogem a tudo aquilo que pagamos? Não é uma vergonha?

Obviamente que não se está aqui a defender o sistema (que volto a afirmar tinha muito de errado)... mas também não se pode defender o actual... tudo foi feito de forma errada, gastou-se toda a riqueza e continua-se a gastar o que não existe e, no fim, chora-se pelo déficit. E quem paga?!

Abraço
Tiago

P.S. Já coloquei o link para o teu blog :-)

Abraço

 
At 2:07 da tarde, Blogger ti_a_u said...

E não viesse aqui a oposição (tipo bloquista lol) meter-se com a homenagem prestada à última rainha de Portugal...

... Uma boa pessoa, é sempre uma boa pessoa, seja qual for a sua ideologia, felizmente (ou infelizmente, ainda não sei bem...)não somos todos iguais.

Pensamos de formas diferentes, mas penso que no fim acreditamos que o País podia ser mais justo, mais fraterno e mais desenvolvido social e economicamente...

A Vice-Presidência
Marquês de Baquelite

 
At 8:54 da manhã, Blogger Arq Gio said...

Mas esta sr dona rainha era boa pessoa? quem disse? como se sabe? ai que o sr vice conheceu a sra e n dizia nada a ninguém!

Ai valha-nos a última santa rainha da nossa "pátria" (ai desculpem... vossa, pois a minha felizmente n é esta, só ando aqui por engano...)

 
At 11:41 da manhã, Blogger ti_a_u said...

Bem, sr oposição...

Quanto ao último parágrafo, parece-me que o mal dos portugueses passa muito por aí, falta de patriotismo... talvez se gostassem um pouco mais disto e se não se achassem menos do que um alemão ou um inglês, talvez o País se desenvolvesse...

Quanto ao "brincar" de forma desdenhosa com pessoas de quem pelos vistos nem se conhece a obra, não me parece correcto... Mas tudo o que fez (em parte com a sua própria fortuna) ainda hoje está em utilização.

Eu sou, sempre fui e sempre serei português, tenho orgulho no meu País e na sua história... só tenho pena da forma como está a ser governado, mas que culpa tem ele disso?!

 
At 9:33 da manhã, Blogger Arq Gio said...

AI que acho que provoquei aqui algum mal entendido!! Isto daqui a nada é mai movimentado do que um blog poliló!

Vou tornar claro o que manchou este post.

O post, sr vice, é interessante, o texto emotivamente bonito, um registo a conhecer, logicamente.

As relações mães/filhos são sempre do meu interesse e tanto se me dá se são isto ou aquilo. Neste caso a rainha é mãe, no outro, o de Gorki, a mãe é rainha... São personagens que seugem diante da história e, como tal, nos apaixonam.

No que diz respeito ao patriotismo... não sou, e penso que n devo ser criticado por isso. Aliás, n me sentindo completamente português, tal como não me sinto completamente alemão. Sinto-me uma mistura e isso, dentro daquilo que sou, faz sentido. Não pretendo ensinar ninguém, não quero que me aceitem, não quero que se ofendam comigo. Simplesmente quero brincar com as coisas mais sérias que nso rodeiam. Não consigo levar a sério os tempos passados, nem os presentes... ai que afinal n levo nada a sério!!!! Mass n~
ao digo isto com maldade, digo-o simplesmente porque o sinto (ou melhor, porque n sinto).
Não gosto deste país, não gosto da alemanha, não gosto de inglaterra, n gosto de espanha. A pátria é algo que me diz pouco, seja ela qual for. Gosto simplesmente de vocês, mesmo que por vezes não saibam ou que achem que vos trato mal.

Um grande beijo e viva tu e eu e elas e nós (aquilo que realmente interessa)

Arq_gio

 
At 9:47 da manhã, Blogger ti_a_u said...

Olá, bom dia amigo arq_gio

Tens alguma razão... no que toca à falta de patriotismo, realmente fiquei meio irritado, sou mesmo assim ("português dos quatro costados", apesar das costelas que não são de cá)e peço desculpa se de alguma forma te magoei.

Mas numa coisa tens toda a razão, o que conta são as pessoas: "tu e eu e elas e nós"... por isso aqui vão um monte de beijos e abraços para todos

VP Poliló
Marquês de Baquelite
(ou simplesmente... eu)
:-)

 

Enviar um comentário

<< Home